segunda-feira, setembro 25, 2006

A Prima Vera...

Chega como quem nada espera, com seu vestido longo florido, tingido de alegria e folheado...
Cabelos anelados, os pés descalços no chão gelado - “cuidado com a gripe... Até a pouco estava o frio!”... E é sempre assim, eles três e ela só! Ah, mas como é bela...! Como é bela a prima Vera!
De parentesco só o gosto pelas coisas simples, da brisa leve, das cores livres!
Vai ficar um tempo na paisagem, até o seu tio chegar. Ele é meio turrão, sabe?! Fica tão vermelho que parece vai queimar! Com todo aquele ardor não dá, ela vai pro outro lado, só pra mais tarde voltar. O mundo dá voltas e a vida tem que continuar.
E por lá fica, até de novo mudar e mudar e mudar... Vai passando de estação em estação sem uma outra encontrar. Seu tio gosta das coisas no tempo exato, mesmo que às vezes ele ultrapasse alguns graus, e ela sempre obediente segue teu rumo, faz teu papel.
Sempre vai aonde está seu amor, mas nunca chega a tempo. Quando está, ele grita tão forte e deprimido que derruba as folhas das árvores. E como ninguém responde, vai embora procurar em outro Norte. Ela queria lhe dar mais cor!
Certa vez ouviu boatos de um outro aí, fulano de tal vez. Ela que achava o amado abatido, meio sem graça ficou impressionada com o que disseram do outro. Disseram que quando ele gritava não só caiam as folhas, mas também as lágrimas. Que ele era frio e um pouco cinzento! Ela não podia imaginar criatura mais triste, e sempre aquela vontade de ajudar, de lhes dar cor... "A cor é a essência da vida" dizia exasperada. Mas ele, o fulano de tal vez, sabia ela... Era o mais distante, nem imaginava seu paradeiro, ele tão pouco o dela. Ficaria só nos dizeres, enquanto ela atrás do amado, o amado d'um chamado e o tio mantendo o tempo exato!

quinta-feira, setembro 21, 2006

Problema?!

Qual?! Acreditar que sempre há... Mesmo sabendo o real imprevisto d'um improviso constante. Crer que há, no tudo um infinito de desejos de nada a fazer por valer uma pena, um coração...
Querer saber de tudo do mundo o que pergunto o que falo ou do soluço. Fugir sem olho no olho, acovarda-me por não tentar e... Saber que vou, que fui! Tentar ficar, mais, mais um pouco, só... Sem estar no outro o calor de vinte dividido entre eles. Não saber qual, mas sempre buscar, procurar...
Problema ou solução? Finde elegante, bem o vestido da noite apagada que a tomada deixou-se tocar. Ele...
Ele ferve faz subir sem ser, não precisa, não é. É só o olhar. Reflexo. Ir ficando assim, medo sabe, de voltar pra realidade... Não, eu não sei...
Existir.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Aos meus amigos

Ai vontade é tanta que
Medo bate de não durar
Indo e vindo, como sempre...
Gente passa, atravessa, e vai
Outras vão, mas voltam
Sempre estão... De todo

São como as estações, sempre mudando
Algo têm em comum
Os corações, os passos e tanta vontade!

Amores passados, achados e ainda perdidos
Minguando como quem some e está lá
Ouvindo pra não ser esquecido.
Resta a lembrança perdida no pensamento
Esperança de reencontro, de brincadeiras e risos...
Sou de vocês, meus amigos, sou por querer!

sexta-feira, setembro 08, 2006

Evidente

Existem. Como anjos perfumados de aroma terno, simpático. Fazem parte de um parecer eterno, que sente, vive. Possuem asas com grandes plumas de um branco que desaparece e não se vê. Andam por aí, fingindo ser gente, pensando, agindo, mentindo. Tentam se parecer umas com as outras, sem entender e nem buscar compreensão. Algumas poucas, perguntam-se, e transbordam de queixas e dúvidas. Talvez as folhas secas, aquelas levadas pelo vento, as entenda melhor. Quem sabe se eu não procurasse, soubesse?! Difícil é procurar sem saber o porquê!
Já tentei várias vezes, foram horas e noites, vidas esquecidas, tardes perdidas, e apenas um espelho. Não fujo, só tento! Olhei bem no fundo, lá dentro do infinito, e... Não vi. A decepção não mais me abala, o corpo se acostuma, se adapta. Mas, ainda assim, mente... Me pergunto ao tempo. Mesmo não vendo as plumas, não sentindo perfume, nem fingindo ser, sei que ela lá está, e lá vai permanecer até um dia ir embora pra de novo voltar. Quando? Não sei..
Minhas janelas não se fecharam.

sexta-feira, setembro 01, 2006

...

Não vem, não cala... Algo diz, fala que eu falo. Escuta menina, nem tudo pode. Nem tudo há, mas um dia encontrará... Escreve, escreve que eu digo, sopro ouvido. Não pára... Segue a frente rumo ao alto. Sabe caminho. Coloca teu sapato e esquece o mundo chato. Floresce sempre cresce. Menina, eterna será menina... Minha menina. Não esquece, arruma, deixa claro. Clara tua vida, tua sina... sabe dela. É só seguí-la, contigo sempre. Quem lê vê. Pro teu bem, dizes. Segue, pára não, não pára, continua, esquece mundo, segue sorrindo, esquece infinito, olha o azul.
Vai, vai, vai...
Vive, fique viva... Sobreviva!
Mas não chora, lembra... Vida está, continua!

Ditado...

Arruma a casa, vai embora
Rumo a algum rumo
Um mais, sem nem querer
Da vida sabe não
Ainda que vive, nada vai, não pode
Tentativa só fadiga
Inda quando, onde tá
Ditado do povo, não popular...