sexta-feira, outubro 15, 2010

De que adianta gritar quando todos são surdos?!

Ontem ouvi pessoas discutirem sobre delírio, não somente aquele que denominam loucura, mas muitos outros, como ciúmes, fé, medo, enfim... Delírios causados pela mente. O assunto já me chama a atenção pelo fato de, ser muito delicado, porque existem coisas que julgamos ser erradas, ou delírios como diziam, mas que apenas estão fora dos nossos padrões sociais. Um exemplo, se um índio aparece na cidade todos irão o admirar e o julgar, mas o mesmo ocorre se um executivo, um homem da cidade, aparece em uma tribo. Ou seja, as diferenças variam de acordo com o meio e os costumes de cada sociedade. Mas voltando aos delírios, algo me chamou muito mais a atenção, foi quando falaram sobre os jovens, e sobre se apaixonar. "Quem se apaixona delira de amor e se ilude porque a realidade é outra" ou "os jovens sofrem de delírios quando descobrem o mundo, pois querem abraçar tudo e mudar o que acham que é errado". 
Sou jovem, sou excessivamente apaixonada, pela vida, por quem amo, pelo que faço e pelo que tenho vontade de realizar. É desestimulante não ser compreendida, ou pior, pensar que um dia talvez irei dizer que todos estavam certos enquanto eu sonhava bobagens. Não, não é nisso que penso. Sou jovem, tenho os pés no chão e a alma solta nas nuvens, e se tem algo que detesto é ouvir que um sonho, seja meu ou de qualquer outra pessoa, é ilusão. 
O que é difícil não é impossível, e o que é fácil não tem valor. Quando um jovem pensa assim ele quer mudar o mundo porque acredita que pode, porque o que é de graça não vale a pena, valoriza aquilo que dói, que se conquista mesmo com perdas, porque marca, cicatriza, e vale a pena. O que é material se descarta com o tempo e é substituivel, mas a alma não descarta as boas lembranças e realizações, pelo contrário, registra tudo em detalhes, inclusive as desilusões. Há quem prefira não sonhar para não se iludir, mas e a desilusão de não ter vivido uma realização já sonhada?!   
Quando alguém nos diz pra parar de sonhar, de pensar bobagens, não sabe que essas bobagens podem gerar grandes ideias e soluções no futuro, porque é possível. 
Sonhar não é delírio, é viver, é ter fé e esperança, é lutar e nunca deixar de acreditar. Ninguém nunca disse que seria fácil, o importante é equilibrar mente e coração, e escolher nem com um nem outro, e sim com os dois.