quarta-feira, janeiro 23, 2008

Há VIDA!

Como surgiu a vida? Quem somos? De onde viemos e para onde vamos?
Acho que todos um dia se fazem essas perguntas, todas insaciáveis de desejo de saber que fazem parte de um conjunto de muitas coisas e ninguém sabe do quê. São partes de um todo dissipado em grande espaço em conseqüente busca do que pra onde, pra quem, ou pra o quê ninguém realmente sabe. Talvez bem lá no fundo, lá onde guarda-se a alma, a gente saiba. E saiba tão bem, tão claramente, que talvez por isso não aceitamos. Às vezes imagino que a resposta para tantas perguntas é tão óbvia e simples que logo me dou por vencida e sei que não é ou não pode ser assim, fácil. A vida é muito bonita para ser decifrada, e muito curta para perdemos o tempo tentando fazer isso. E se a vida é realmente tão breve, porque não contentar-se e viver? Fazer parte disso é muito mais do que existir, é sentir-se PARTE, e sentir-se parte está longe de ser apenas viver.
É lindo quando finalmente nascemos, quando despertamos para o que parecia apagado e sem muito sentido, quando compreendemos a dimensão do que somos, do milagre que somos, e de quanta vida existe em nós e para nós. Cada ser é único em si e único em conjunto, cada partícula, pedaço, metade, TUDO é um verdadeiro milagre, porque não há o que não seja vivo, mesmo nos objetos depositamos nosso carinho, para tudo há sentido e onde há sentido a VIDA nasce e renasce a cada segundo.

São assim.

- E se eu quiser ir embora?
- A porta é serventia da casa!
- E se eu não voltar mais?
- Lá vem você de novo.
- É você que me provoca, cheguei e você nem aí pra o que eu disse. Nesse caso, acho que não se importaria se não tivesse que me ouvir mais.
- Estou cansado, é todo dia a mesma história. Mas se for assim... Realmente não me importo.
- ...Não ...Não se importa?
- É você que está procurando.
- ...Não se importa?
- ...
- Então vá e que o diabo que te carregue, seu... monstro... Depois de tudo, de todo esse tempo... Seu puto ridículo imprestável... Como pode... Anhhn Me SOLTA!
- Você não vai à lugar nenhum.
- ME LARGA.
- Você sabe que não vou deixar.
- Você não presta.
- E você menos ainda.
- ... Vem cá...
- ...
- ...
- Então, o que vamos fazer hoje?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

E quem é você?

Tudo me faz pensar em você
Os livros que leio, as saudades que tenho
De tudo o que ainda não passou por nós
De todos que ainda não conhecemos
E dos que o nosso encontro esperam
Tudo me faz pensar em talvez
Se um dia a gente não se ver
O que acontece com os sonhos?
E os desencantos dos dias passados?
De tantos a tanto amontoados
Que esperam, se entregam e não vêem
Mas tudo me faz pensar em você
Mesmos os desastrados pulos
E tropeços da vida em que caio
No caminho que é meu, e que é nosso
Acho que porque tudo enfim é você.

Óia que Ai de novo...

E de novo de tudo outra vez, porque das vezes que óia nós fomos, óia nós vamos viver pra lá de depois. E de depois de em diante, andamos juntos juntinhos bem dizer de mãos amarradas, apertadas uma na outra de frente das águas molhando os nós dos dedos dos pés. Óia que de novo nóis cai e de novo nóis vai de dizer um ai pára. Que pára que nada, se tiver que cair nóis cai e bem caído pra dizer um ai bem bonito que todo o mundo na roda há de ouvir. Ai de amor não dói não, só faz cócegas de dar risada, por isso é bão a gente dar gargalhada mesmo chamando do ai, mas óia que foi bão, a gente caiu e levantou de sopetão e mais forte e mais amante que nem de inventar história pra achar um Ai tão bom.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

...

Levantou-se do subto susto e acendeu as lamparinas ao seu alcance. Correu os olhos mata a dentro e nada. Fora um sonho? Não, ainda sentia uma presença. Alguém os vigiava na calada da noite esperando o momento oportuno para... para o quê? Ele não sabia. Mas alguém queria algo, ou alguém. Fechou os olhos apertados querendo fugir do medo que se assomara, era noite e estava frio. Os sons eram os grilhos, os estalidos da noite e os suspiros de seus amigos em sono profundo. Olhou para eles esperançoso de estarem acordados, mas nada. Dormiam e sonhavam.
Deitou-se e tentou fechar os olhos mais uma vez, mas ouviu um som que os fez arregalar-se no instante. O som ecoou noite a dentro e sumiu. O silêncio era aterrador, penetrava suas vísceras impedindo o seu sono. Um estalido e... ...
...
- Você não vai jantar?
- Estou escrevendo depois eu vou.

Nada de Novo

E também nada de velho. Contraditório.
Na realidade tudo é novo e tudo é velho, e até o nada é alguma coisa, pois se não fosse não seria nada. Enfim, duvidoso.
Tudo de novo nada passado. Suspeito.
Se repetirmos o ato já teria existido, se existido já teria passado e se passado não seria novo e tão pouco de novo. Pois se se repete o mesmo, não é o mesmo, ainda que repetido é outro, é novo. Confuso.
Basta dizer que é relativo, pois tudo na vida é relativo. Ainda pensava que a morte era certa, a única certeza de tantas dúvidas, mas até isso. Relativo.