segunda-feira, agosto 28, 2006

Rosas


Sentir branco de um tranqüilo esquivo copiado de amarelo. Forte, intenso, colorindo todas luzes veladas da primavera... Perceber, aquela que pára e faz não, atinge sem querer ver, bate não tendo mão... Faz indeciso, chateia, vai embora, chora o arrepio de um novo. E pergunta-se. Que novo? Nunca será diferente. Talvez nunca seja muito. Morte é o que há... Raízes cravadas, finde num mundo de sem nem mais. Se nada é tudo, então tudo não deveria passar de muita coisa. São tantas as coisas simples, que de tantas se tornam complexas. O tudo é muito claro... São elas, as rosas que não sabem. Escondem-se por trás das grandes árvores dos jardins, maquinam sua beleza, e quando são encontradas, logo suspiram a grandeza de uma aparição. Suas pétalas inflamam d'um ego profundo, e exuberando aroma, cintilam de cor sem nem mais medo... Seria diferente se a beleza não se fizesse da dor... Se elas não sangrassem nas mãos dos homens, quem tanto as admirou...
Não teriam valor. Seria barato, fraco, ausente...

quinta-feira, agosto 24, 2006

Contínuo...

Foi numa sexta-feira onde tudo começou, aconteceu... Ainda me lembro como agora. Casais se amando, bebendo, cantando... Todos amigos, muito unidos por uma força incomum. Frio, nada. Não precisava, a vontade de ficar juntinho desculpa tem não. Apenas, ficava. Braços rolavam, sons de beijos amados do outro lado. E a vontade de abraços crescia! Coisa rápida, tudo recíproco, mais um minuto, dorme menina... "Só dorme essa menina!". Que nada, sonhava. Com o que ainda viria. No agora, tudo ainda é claro... Amor, aquele raro, difícil de acabar. Como diz uma gente, se o não-amor chamar, tropeça, volta pra pegar algo, não ouve.
Continuo a amar...

terça-feira, agosto 22, 2006

Ilustre Ilusão...

Luz da lua, que branco é tua face
Crescente, me afague
Sempre tua lira do mar
Faz de Marte tua classe
Doravante um rio, deságüe
Que pra sempre fez morar
Senti nua, esse canto quer vingar-se
Da morada, me afaste
Pois sem ela vou ficar
Mais que verdade?
Tentar sem ter sujeito
Clareza de um suspeito
Fadigar, me faz quebrar
Nem sempre há
Certeza da vitória
Limpeza na história
Coragem pra seguir
Nem sempre há
Verdade da palavra
Beleza noutra arte
Lágrima no olhar
Ilusão, fujo não
Esconde do chão
Minguando, sumindo
Farejo o pão
Tentei, eu bem sei
Encher todo ar
Soprar todas nuvens
Só pra te olhar...

quinta-feira, agosto 17, 2006

Letra incerta...

De fininho chega com um sorriso e diz que ama
Ama nem menina
De paz atrás, pra mim pro fim
Sentido oculto verbo certo
Palavra aberta, letra incerta
Talvez um mimo, um mito, uma cor
Do verde a planta da alma inflama, descalça
Se faz passar, tilintar os guizos dos meus jardins
Entende, quando quer vontade faz
Sem medo acontece, incompreensível, talvez como
Mas no dia vontade se vai
Que dia demore a chegar... Tarde, que estou a amar
Sente no peito vontade doer
De querer e querer, sem saber se não vai
Quem é aquele que veio
De todo aquele que vai
Dia pensa vida
Vivida, vívida e verídica
Talvez me afogue no amor...
Talvez me sufoque esse mar.

terça-feira, agosto 15, 2006

Tudo são possibilidades...

Olha o espelho, pára.
Pensa, reflete, analisa.
Tento?
Não tentar é mais amedrontador do que fracassar...
Covardia, talvez. Insegurança, também.
Mas antes fracasso tentado, do que incerteza da possível vitória!

sexta-feira, agosto 11, 2006

(...)

Uma chama acesa na alma
Grito de liberdade no peito
De tudo o Nada se alastra
Contudo, "por quê existir?" - pergunta o sujeito
Da vida minha morte não passa
Ultrapassa fronteira vivida
Viva ainda, crescente... Sempre
De querer fingir ser criança
Algo não explica compreensão
Não importa, Nada existe...
Saber nada é ter certeza...
Ainda que afogassem o verde da letra
O amarelo do Sol
O coelho da Lua...
Ainda que arrancassem o sentido do ser
O conflito do peito...
Desnudassem o querer
O TUDO... EXISTIRIA!

quarta-feira, agosto 09, 2006

"Gran Finale..."



Entre ruínas de um amor quimérico, ela dança lançando cinzas de seus desejos ao vento... Sem descobrir os segredos velados atrás da verdade, flutua em suas vertigens... Representa o "Gran Finale" por ela preparado; sua última aparição para a platéia inexistente. E, em um gesto ensaiado, ela se curva em agradecimento ao público ausente. Vagarosamente as cortinas se fecham... Fim do espetáculo !!! Fim do sonho !!!

domingo, agosto 06, 2006

Papotito, NADA!

Os olhos sentem, vontade sente... Sente-se senhora vontade, fique por perto, de pé eu espero...
Que imagem bela, bela imagem é esta... A de se ter uma imagem, uma idéia ilusória!

sexta-feira, agosto 04, 2006

"Farol..."

Ultimamente, todos os dias eram tão comuns que ficavam sem graça. Chatos!
Filipeto buscava emoção, aventura, novos horizontes... "A monotonia tomou conta de mim" - pensava ele. Talvez, ele só precisasse conversar, jogar papo pro ar e dar boas gargalhadas com os amigos... Se ele tivesse é claro.
Filipeto era um garoto só, deixou seus pais em um Estado distante do seu para estudar. Ele era muito estudioso e dedicado. Seus pais eram pobres, mas lhe deram uma grande herança: perseverança, honestidade e persistência! Ele era um grande rapaz, possuía uma alma nobre. Mas as pessoas ao seu redor não enxergavam sua alma. Viam somente o exterior, a beleza que ele não tinha. Usava óculos, dentes pra frente, espinhas por todo rosto... Pobre Filipeto, estava só! Até que um dia...
Parado num farol fechado ele viu uma figura que seus olhos não podiam imaginar, ela era bonita, e segurava um livro... Mas não era só isso, parecia ter algo mais... Decidiu num improviso se aproximar, ficou incerto sobre o que fazia, seu coração palpitava como nunca. Foi então que ele disse.
Ficou esperando resposta, medo, ansiedade, formigamento, até que ela... Disse.
Ele respirou aliviado, podia agora seguir assunto. Ela olhou em seus olhos, enxergou sua alma...
O farol abriu.