quinta-feira, dezembro 21, 2006

Só sei que foi assim.

Tinha nascido. Era chorona, muito chorona minha irmã. Nasceu no dia 07/01/1987. Conhecidentemente no mesmo dia em que uma certa tia que estimo muito. Começo por ela, porque é antes de mim. Todos dizem: "Um tanto apressados foram seus pais..." Pois é, mal minha mãe tinha se recuperado do primeiro e sofrido parto, tchan tchan tchan tchan... a Amanda resolveu aparecer, digamos que passar um tempo naquele lugarzinho aconchegante onde os bebês esperam. Primeiro o susto, nada esperado. Alguns diziam "Hum... Foi no carnaval, ta explicado!" hehe Depois de um tempo, se conformaram, e todos esperavam um garotinho, até o resultado do raio X. Meu pai até compôs uma música. Pensava que eu viria de olhos azuis e cabelos dourados e bem 'arrumadinho' por causa da minha avó. O resultado foi contrário, vim 'bagunçadinha', um bicho do mato. Mas até que um bicho bonitinho. Ele escolheu vários nomes, quando eu ainda habitava a barriga, mas sobre isso só digo que eram de jogadores. A minha mãe teve uma gravidez tranqüila, tão tranqüila que se perguntava, e até se assustava. A resposta veio quando nasci. O médico deu-me uma palmada, outra... Nada. Todos preocupados. Então, a última (ainda tenho a marca de seus dedos - brincadeiras a parte, hehe) Berrei pro mundo na madrugada de hoje (21/12/1987) às 01:15 hs. Tudo estava explicado, passei os nove meses dormindo, nada me acordava, nem mesmo a claridade e as vozes do novo mundo. Eu sonhava.
E hoje.. De olhos bem abertos!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

O viajante

O Viajante que cruzou a ponte,
não o fez com mentiras.
Por mais que seus olhos estivessem fechados
ele sabia qual era o seu caminho.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

A descoberta


Muitas vezes minha prova é conviver comigo mesma
procuro-me incansavelmente e não me encontro.
Então, olho adiante...
descubro-me no outro.

terça-feira, novembro 21, 2006

Erros corretos.

Existem três tipos de ser humano: O 'burro', que quanto mais tropeça mais fica cego; O 'inteligente', que age como um burro, mas no fim das contas aprende na primeira queda ou não, mas aprende, e o 'esperto', que de tanto ver os outros caírem, sabe que ali tem um buraco. Você acredita mesmo nisso? Eu não.
Acredito que os erros não se aplicam as pessoas e sim as situações vividas por elas. Imagine o que seria se uma pessoa só errasse, ou se tudo fosse muito simples como aprender com os erros dos outros? E o erro? Quem nunca errou? O que se pode chamar de erro? Julgar os outros por seus atos, isto também não é um erro? Oras...
Existem situações que me parecem labirintos sem saída, outras, que para uns são tão complicadas, eu resolvo num passe de mágica sem mesmo nunca ter passado por algo parecido antes. E ainda aquelas, que me servem de experiência, passo uma, duas ou até três, e no fim, não preciso respirar fundo demais, pois sei que tudo vai ficar bem. Tudo sempre fica bem!
Espero um dia ter vivido o suficiente para dizer que ainda erro. E que a vida, não me deu apenas experiência e compreensão, mas ensinou-me a ter paciência e sabedoria para dizer que amo e que espero. Pois hoje é meu último dia. E que ele seja como todos os outros que passei até agora. Cheio de vontade do pôr-do-Sol, e esperança por um novo nascer.

sexta-feira, novembro 03, 2006

"Sonho"

Um belo campo cheio de árvores, de flores, do verde. Crianças brincando, cachorros rolando na grama, um toque de simplicidade e eu. Andava observando tudo aquilo, contemplando a criação. À minha frente uma grande montanha, e eu a subia. Fui em direção a uma casa de construção antiga, acredito ser uma Igreja. Não entrei, apenas subi a escadaria ao lado. Por onde passava, havia cães, todos brancos, e eles me seguiam, me acompanhavam. O Sol estava o dia, os pássaros cantavam e eu subia. Ouvia a minha voz, como que conversando com outro alguém. Não vi ninguém, só a mim. Parei num lugar pra comer, fome estava. Depois, continuei. O tempo agora escuro era, sabia o caminho, seguia a trilha, mas pensei - me perdi, não pode ser aqui! Olhei pro lado, fiquei com medo, muito medo, água corria rua abaixo, um grande rio passava, descia, não era o que imaginei. O rio parecia devorar-me a alma e mastigar meus mais secretos desejos sem piedade. Continuar, só atravessando-o. De duas uma, ou corria o risco e atravessava, ou meia-volta dava e caminho mais fácil escolhia. Pensei, doeu, depois de subir tanto, estar quase lá, ter que voltar. E então me dei conta de que estava só, nem os cães nem a voz me acompanhavam, nem a coragem, era eu e o rio. Fechei os olhos forte querendo acordar daquele sonho que tornara-se pesadelo, então ouvi. Não, eu não podia abandonar o tudo agora, e meu esforço, e tudo o que passei que vivi, e aqueles que me seguiram, que me deram força? Não podia mais voltar, não queria, e a água crescia assim como o meu medo. Decidi num improviso, dei o passo pro futuro pensando nas belas coisas que conheci, nas pessoas que por minha vida passaram e nas que estão, e para minha surpresa a água desceu calma e pouca assim como meu medo - sumiu. O Sol brilhou de novo e meu espírito se fortaleceu. Atravessei. Do outro lado...
Acordei.

"Tristeza deveria estar, afinal não vi o que desejei tanto ver. Mas existe algo muito maior e muito mais forte - a beleza que está entre nós. Muitas vezes coisas simples que parecem tolas, mas não são.
As pessoas que passam, os cães que acompanham, as flores, as crianças, meu Deus tudo está ali! Tudo está aqui, sempre esteve, e no fim das contas vejo o quanto é importante poder ver..."

sexta-feira, outubro 27, 2006

Agora


Só se for agora
Outro dia é outro
Logo chega a hora

Estação do encontro
Tenho, peço calma
Rema, leva a alma

Outros vem aí
Seus, meus, de Elis
Vim pra te dizer
Estou, estive, vai ver

Rua - vai lá fora
Senhora do mundo
Ouviu o tumulto
Sorri, fui embora.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Crônica da Véspera

A véspera.
A véspera de uma entrevista, de um reencontro, de um casamento, de um acerto de contas. Mas aqui vou narrar a véspera de um Espetáculo, do meu espetáculo.

Depois de sair do ensaio do Guina (espetáculo "Mordaça" - drama) às 21:40hs, fui ensaiar "Antes só do que mal acompanhada" - Comédia, às 21:54hs no estacionamento da Escola de Artes. Permanecemos lá até as 23:42hs quando fomos chutados - o estacionamento precisava ser fechado. Como não havíamos terminado uma determinada cena resolvemos encerrá-la na calçada do bar do jegue - em frente ao estacionamento. Finalmente às 23:55hs terminamos. Não tinha ônibus e eu estava sem dinheiro. Tudo bem, pra que servem os amigos. Carona até em casa! Cheguei às 24:23hs, jantei às 24:37hs, fui dormir (tentar) às 24:58hs. Vira pra um lado, abraça a vaca (pelúcia), vira pro outro, não deu! Acendi a luz e liguei o som. Tentei Mônica Salmaso, Chico, Nora Jones, não deu. Eu precisava de barulho, silêncio incomodava. Uma pena, o mundo já tava dormindo - até a vaca! A procura da solução, encontrei 'Cordel'! Foi tiro e queda, matou-me às 1:58hs. Dormi feito uma pedra até o maldito despertador tocar. Ainda enrolei, fingi que não ouvi, quebrei, mas no fim... Tinha que levantar! Não deu outra, fiquei atrasada. Estava saindo de casa quando mami levantou.
"Espera um pouco... Eu sempre levanto depois da mami!"
Ohu... Duas vezes maldito! O despertador estava adiantado! E acreditem, ainda estando pronta consegui enrolar o suficiente para me atrasar de verdade! Corri até o ponto e... Perdi o ônibus. Todo meu esforço não valeu. Queimei calorias, cansei as pernas, salivei como um cão raivoso. Tudo bem, poderia ser pior. A vida é bela!

segunda-feira, outubro 16, 2006

Pedacim pedacim...

Pedaço de mim (Chico Buarque)

Ó pedaço de mim, ó metade afastada de mim
Leva o teu olhar, que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar.

Ó pedaço de mim, ó metade exilada de mim
Leva os teus sinais, que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais.

Ó pedaço de mim, ó metade arrancada de mim
Leva o vulto teu, que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu.

Ó pedaço de mim, ó metade amputada de mim
Leva o que há de ti, que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada no membro que já perdi.

Ó pedaço de mim, ó metade adorada de mim
Lava os olhos meus, que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo a mortalha do amor, adeus.


"Cada um é pedaço d'um que foi d'outro. É gema na clara do ovo. É unha na carne do tolo. É mais um encontrar-se denovo..."

segunda-feira, outubro 09, 2006

Pouco tempo, muita idéia...

Tenho observado ultimamente o quanto tenho observado. São tantos olhares falados, gritados expressos, fugindo do silêncio cansado ferido. O mundo parece tão mudo e não.
Voltou a criança, chorou a partida, sorriu na lembrança.
O brinquedo da vida quebra, concertar dá não, junta peça mas... Dá não. Esquece não juízo tens razão, pensa que tem. As pessoas vão, voltam... Apenas deixa, precisam andar. Começar o início, saber o fim. Perdeu, ganhou...
Melhor ser alegre que ser triste. Há de ser. Vá e brinque...
"A vida é um jogo de perdas e ganhos, de risos e choros, contidos rabiscos da incerteza insana do que é a vida."

segunda-feira, setembro 25, 2006

A Prima Vera...

Chega como quem nada espera, com seu vestido longo florido, tingido de alegria e folheado...
Cabelos anelados, os pés descalços no chão gelado - “cuidado com a gripe... Até a pouco estava o frio!”... E é sempre assim, eles três e ela só! Ah, mas como é bela...! Como é bela a prima Vera!
De parentesco só o gosto pelas coisas simples, da brisa leve, das cores livres!
Vai ficar um tempo na paisagem, até o seu tio chegar. Ele é meio turrão, sabe?! Fica tão vermelho que parece vai queimar! Com todo aquele ardor não dá, ela vai pro outro lado, só pra mais tarde voltar. O mundo dá voltas e a vida tem que continuar.
E por lá fica, até de novo mudar e mudar e mudar... Vai passando de estação em estação sem uma outra encontrar. Seu tio gosta das coisas no tempo exato, mesmo que às vezes ele ultrapasse alguns graus, e ela sempre obediente segue teu rumo, faz teu papel.
Sempre vai aonde está seu amor, mas nunca chega a tempo. Quando está, ele grita tão forte e deprimido que derruba as folhas das árvores. E como ninguém responde, vai embora procurar em outro Norte. Ela queria lhe dar mais cor!
Certa vez ouviu boatos de um outro aí, fulano de tal vez. Ela que achava o amado abatido, meio sem graça ficou impressionada com o que disseram do outro. Disseram que quando ele gritava não só caiam as folhas, mas também as lágrimas. Que ele era frio e um pouco cinzento! Ela não podia imaginar criatura mais triste, e sempre aquela vontade de ajudar, de lhes dar cor... "A cor é a essência da vida" dizia exasperada. Mas ele, o fulano de tal vez, sabia ela... Era o mais distante, nem imaginava seu paradeiro, ele tão pouco o dela. Ficaria só nos dizeres, enquanto ela atrás do amado, o amado d'um chamado e o tio mantendo o tempo exato!

quinta-feira, setembro 21, 2006

Problema?!

Qual?! Acreditar que sempre há... Mesmo sabendo o real imprevisto d'um improviso constante. Crer que há, no tudo um infinito de desejos de nada a fazer por valer uma pena, um coração...
Querer saber de tudo do mundo o que pergunto o que falo ou do soluço. Fugir sem olho no olho, acovarda-me por não tentar e... Saber que vou, que fui! Tentar ficar, mais, mais um pouco, só... Sem estar no outro o calor de vinte dividido entre eles. Não saber qual, mas sempre buscar, procurar...
Problema ou solução? Finde elegante, bem o vestido da noite apagada que a tomada deixou-se tocar. Ele...
Ele ferve faz subir sem ser, não precisa, não é. É só o olhar. Reflexo. Ir ficando assim, medo sabe, de voltar pra realidade... Não, eu não sei...
Existir.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Aos meus amigos

Ai vontade é tanta que
Medo bate de não durar
Indo e vindo, como sempre...
Gente passa, atravessa, e vai
Outras vão, mas voltam
Sempre estão... De todo

São como as estações, sempre mudando
Algo têm em comum
Os corações, os passos e tanta vontade!

Amores passados, achados e ainda perdidos
Minguando como quem some e está lá
Ouvindo pra não ser esquecido.
Resta a lembrança perdida no pensamento
Esperança de reencontro, de brincadeiras e risos...
Sou de vocês, meus amigos, sou por querer!

sexta-feira, setembro 08, 2006

Evidente

Existem. Como anjos perfumados de aroma terno, simpático. Fazem parte de um parecer eterno, que sente, vive. Possuem asas com grandes plumas de um branco que desaparece e não se vê. Andam por aí, fingindo ser gente, pensando, agindo, mentindo. Tentam se parecer umas com as outras, sem entender e nem buscar compreensão. Algumas poucas, perguntam-se, e transbordam de queixas e dúvidas. Talvez as folhas secas, aquelas levadas pelo vento, as entenda melhor. Quem sabe se eu não procurasse, soubesse?! Difícil é procurar sem saber o porquê!
Já tentei várias vezes, foram horas e noites, vidas esquecidas, tardes perdidas, e apenas um espelho. Não fujo, só tento! Olhei bem no fundo, lá dentro do infinito, e... Não vi. A decepção não mais me abala, o corpo se acostuma, se adapta. Mas, ainda assim, mente... Me pergunto ao tempo. Mesmo não vendo as plumas, não sentindo perfume, nem fingindo ser, sei que ela lá está, e lá vai permanecer até um dia ir embora pra de novo voltar. Quando? Não sei..
Minhas janelas não se fecharam.

sexta-feira, setembro 01, 2006

...

Não vem, não cala... Algo diz, fala que eu falo. Escuta menina, nem tudo pode. Nem tudo há, mas um dia encontrará... Escreve, escreve que eu digo, sopro ouvido. Não pára... Segue a frente rumo ao alto. Sabe caminho. Coloca teu sapato e esquece o mundo chato. Floresce sempre cresce. Menina, eterna será menina... Minha menina. Não esquece, arruma, deixa claro. Clara tua vida, tua sina... sabe dela. É só seguí-la, contigo sempre. Quem lê vê. Pro teu bem, dizes. Segue, pára não, não pára, continua, esquece mundo, segue sorrindo, esquece infinito, olha o azul.
Vai, vai, vai...
Vive, fique viva... Sobreviva!
Mas não chora, lembra... Vida está, continua!

Ditado...

Arruma a casa, vai embora
Rumo a algum rumo
Um mais, sem nem querer
Da vida sabe não
Ainda que vive, nada vai, não pode
Tentativa só fadiga
Inda quando, onde tá
Ditado do povo, não popular...

segunda-feira, agosto 28, 2006

Rosas


Sentir branco de um tranqüilo esquivo copiado de amarelo. Forte, intenso, colorindo todas luzes veladas da primavera... Perceber, aquela que pára e faz não, atinge sem querer ver, bate não tendo mão... Faz indeciso, chateia, vai embora, chora o arrepio de um novo. E pergunta-se. Que novo? Nunca será diferente. Talvez nunca seja muito. Morte é o que há... Raízes cravadas, finde num mundo de sem nem mais. Se nada é tudo, então tudo não deveria passar de muita coisa. São tantas as coisas simples, que de tantas se tornam complexas. O tudo é muito claro... São elas, as rosas que não sabem. Escondem-se por trás das grandes árvores dos jardins, maquinam sua beleza, e quando são encontradas, logo suspiram a grandeza de uma aparição. Suas pétalas inflamam d'um ego profundo, e exuberando aroma, cintilam de cor sem nem mais medo... Seria diferente se a beleza não se fizesse da dor... Se elas não sangrassem nas mãos dos homens, quem tanto as admirou...
Não teriam valor. Seria barato, fraco, ausente...

quinta-feira, agosto 24, 2006

Contínuo...

Foi numa sexta-feira onde tudo começou, aconteceu... Ainda me lembro como agora. Casais se amando, bebendo, cantando... Todos amigos, muito unidos por uma força incomum. Frio, nada. Não precisava, a vontade de ficar juntinho desculpa tem não. Apenas, ficava. Braços rolavam, sons de beijos amados do outro lado. E a vontade de abraços crescia! Coisa rápida, tudo recíproco, mais um minuto, dorme menina... "Só dorme essa menina!". Que nada, sonhava. Com o que ainda viria. No agora, tudo ainda é claro... Amor, aquele raro, difícil de acabar. Como diz uma gente, se o não-amor chamar, tropeça, volta pra pegar algo, não ouve.
Continuo a amar...

terça-feira, agosto 22, 2006

Ilustre Ilusão...

Luz da lua, que branco é tua face
Crescente, me afague
Sempre tua lira do mar
Faz de Marte tua classe
Doravante um rio, deságüe
Que pra sempre fez morar
Senti nua, esse canto quer vingar-se
Da morada, me afaste
Pois sem ela vou ficar
Mais que verdade?
Tentar sem ter sujeito
Clareza de um suspeito
Fadigar, me faz quebrar
Nem sempre há
Certeza da vitória
Limpeza na história
Coragem pra seguir
Nem sempre há
Verdade da palavra
Beleza noutra arte
Lágrima no olhar
Ilusão, fujo não
Esconde do chão
Minguando, sumindo
Farejo o pão
Tentei, eu bem sei
Encher todo ar
Soprar todas nuvens
Só pra te olhar...

quinta-feira, agosto 17, 2006

Letra incerta...

De fininho chega com um sorriso e diz que ama
Ama nem menina
De paz atrás, pra mim pro fim
Sentido oculto verbo certo
Palavra aberta, letra incerta
Talvez um mimo, um mito, uma cor
Do verde a planta da alma inflama, descalça
Se faz passar, tilintar os guizos dos meus jardins
Entende, quando quer vontade faz
Sem medo acontece, incompreensível, talvez como
Mas no dia vontade se vai
Que dia demore a chegar... Tarde, que estou a amar
Sente no peito vontade doer
De querer e querer, sem saber se não vai
Quem é aquele que veio
De todo aquele que vai
Dia pensa vida
Vivida, vívida e verídica
Talvez me afogue no amor...
Talvez me sufoque esse mar.

terça-feira, agosto 15, 2006

Tudo são possibilidades...

Olha o espelho, pára.
Pensa, reflete, analisa.
Tento?
Não tentar é mais amedrontador do que fracassar...
Covardia, talvez. Insegurança, também.
Mas antes fracasso tentado, do que incerteza da possível vitória!

sexta-feira, agosto 11, 2006

(...)

Uma chama acesa na alma
Grito de liberdade no peito
De tudo o Nada se alastra
Contudo, "por quê existir?" - pergunta o sujeito
Da vida minha morte não passa
Ultrapassa fronteira vivida
Viva ainda, crescente... Sempre
De querer fingir ser criança
Algo não explica compreensão
Não importa, Nada existe...
Saber nada é ter certeza...
Ainda que afogassem o verde da letra
O amarelo do Sol
O coelho da Lua...
Ainda que arrancassem o sentido do ser
O conflito do peito...
Desnudassem o querer
O TUDO... EXISTIRIA!

quarta-feira, agosto 09, 2006

"Gran Finale..."



Entre ruínas de um amor quimérico, ela dança lançando cinzas de seus desejos ao vento... Sem descobrir os segredos velados atrás da verdade, flutua em suas vertigens... Representa o "Gran Finale" por ela preparado; sua última aparição para a platéia inexistente. E, em um gesto ensaiado, ela se curva em agradecimento ao público ausente. Vagarosamente as cortinas se fecham... Fim do espetáculo !!! Fim do sonho !!!

domingo, agosto 06, 2006

Papotito, NADA!

Os olhos sentem, vontade sente... Sente-se senhora vontade, fique por perto, de pé eu espero...
Que imagem bela, bela imagem é esta... A de se ter uma imagem, uma idéia ilusória!

sexta-feira, agosto 04, 2006

"Farol..."

Ultimamente, todos os dias eram tão comuns que ficavam sem graça. Chatos!
Filipeto buscava emoção, aventura, novos horizontes... "A monotonia tomou conta de mim" - pensava ele. Talvez, ele só precisasse conversar, jogar papo pro ar e dar boas gargalhadas com os amigos... Se ele tivesse é claro.
Filipeto era um garoto só, deixou seus pais em um Estado distante do seu para estudar. Ele era muito estudioso e dedicado. Seus pais eram pobres, mas lhe deram uma grande herança: perseverança, honestidade e persistência! Ele era um grande rapaz, possuía uma alma nobre. Mas as pessoas ao seu redor não enxergavam sua alma. Viam somente o exterior, a beleza que ele não tinha. Usava óculos, dentes pra frente, espinhas por todo rosto... Pobre Filipeto, estava só! Até que um dia...
Parado num farol fechado ele viu uma figura que seus olhos não podiam imaginar, ela era bonita, e segurava um livro... Mas não era só isso, parecia ter algo mais... Decidiu num improviso se aproximar, ficou incerto sobre o que fazia, seu coração palpitava como nunca. Foi então que ele disse.
Ficou esperando resposta, medo, ansiedade, formigamento, até que ela... Disse.
Ele respirou aliviado, podia agora seguir assunto. Ela olhou em seus olhos, enxergou sua alma...
O farol abriu.

terça-feira, julho 11, 2006

"Desejos..." - Do Vinícius

Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Vinho com amigos
Conto do Veríssimo
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial!
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra Não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Foto em Preto e Branco
Aula do Guina
Sarar de resfriado
Escrever um poema de amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Receber carta de quem se gosta
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Caminhar pelo parque
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Sorvete de abacaxi
Uma tarde amena
Pôr-do-Sol
Sentir a brisa
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho tinto
Tango do Piazzolla
Bossa de João Gilberto
Samba do Paulinho da Viola
Poema do Vinícius
E muito carinho meu.

PS: Essa é do Marcos Vinícius, grande amigo (bem grande mesmo...) Adaptado do Drummond


segunda-feira, julho 10, 2006

Pessoas...


Sabe aqueles dias em que a gente acorda com uma vontade de brincar...Ficar feliz, dar bastante risada e provocar risos, falar de coisas passadas e das que virão...Ou então, aqueles em que o dia amanhece chuvoso e triste, provocando a tristeza nos outros e na gente... Mas o bom mesmo é saber que com chuva ou com sol vocês estão...Mesmo aquelas não muito "presentes", às vezes por trabalho, horários e tudo mais... São meu presente... Minha festa e meu céu, onde procuro o encontro de um ser eterno... E acho, no entanto, uma vida de vidas que se cruzam, passam, invadem e se vão... Deixando lembranças e histórias desse palco improvisado da constante mutação...Ser é estar em você e encontrar-se consigo mesmo. Olhar para o caos e ver a mudinha de verde nascer... Pensar, fazer perguntas mesmo quando não se pode ter as respostas... Quebrar regras sabendo que não se sabe o por quê...Por que o céu é azul???

sexta-feira, julho 07, 2006

...De ontem em diante

De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem

Fernando Anitelli (O Teatro Mágico)

sexta-feira, junho 30, 2006

Tias...

Janela teu vizinho
Atrapalha dia noite
Não pense ser
Entenda o ser
Teu olho tua fonte
Eternamente Jan.

Ostra dos mares
Tais como raso
Aqui deixo claro
Casou com Paulinho
Indo juntinho pro
Lar doce lar e
Irá... Até que a vida não os separe
Amar...

Menina mulher
Assim é você
Ri feito criança
Irradia feito mulher
Ao fim tudo se explica: Maria menina mulher.

Assim simples como teu nome
Na caminhada que é difícil
Ana segue teu caminho e seja ANA em todo verso teu sorriso.

Enfim EVA
Vaidade expressa letra aberta
Aqui deixada como incerta: Afinal ela comeu a maçã que Ademar e não Adão lhe entregou... Enfim EVA.

sexta-feira, junho 23, 2006

Frases da Vida...

"O difícil não é impossível e o fácil não têm valor..."

"Não se deixe levar pela maré, o peixe também é responsável pelo curso do rio..."

"A vida é uma eterna busca, uma sentença à pergunta, com uma resposta no fim... Um ponto final."

"Menina flor da manhã... Que vontade de ser tua noite."