sexta-feira, outubro 27, 2006

Agora


Só se for agora
Outro dia é outro
Logo chega a hora

Estação do encontro
Tenho, peço calma
Rema, leva a alma

Outros vem aí
Seus, meus, de Elis
Vim pra te dizer
Estou, estive, vai ver

Rua - vai lá fora
Senhora do mundo
Ouviu o tumulto
Sorri, fui embora.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Crônica da Véspera

A véspera.
A véspera de uma entrevista, de um reencontro, de um casamento, de um acerto de contas. Mas aqui vou narrar a véspera de um Espetáculo, do meu espetáculo.

Depois de sair do ensaio do Guina (espetáculo "Mordaça" - drama) às 21:40hs, fui ensaiar "Antes só do que mal acompanhada" - Comédia, às 21:54hs no estacionamento da Escola de Artes. Permanecemos lá até as 23:42hs quando fomos chutados - o estacionamento precisava ser fechado. Como não havíamos terminado uma determinada cena resolvemos encerrá-la na calçada do bar do jegue - em frente ao estacionamento. Finalmente às 23:55hs terminamos. Não tinha ônibus e eu estava sem dinheiro. Tudo bem, pra que servem os amigos. Carona até em casa! Cheguei às 24:23hs, jantei às 24:37hs, fui dormir (tentar) às 24:58hs. Vira pra um lado, abraça a vaca (pelúcia), vira pro outro, não deu! Acendi a luz e liguei o som. Tentei Mônica Salmaso, Chico, Nora Jones, não deu. Eu precisava de barulho, silêncio incomodava. Uma pena, o mundo já tava dormindo - até a vaca! A procura da solução, encontrei 'Cordel'! Foi tiro e queda, matou-me às 1:58hs. Dormi feito uma pedra até o maldito despertador tocar. Ainda enrolei, fingi que não ouvi, quebrei, mas no fim... Tinha que levantar! Não deu outra, fiquei atrasada. Estava saindo de casa quando mami levantou.
"Espera um pouco... Eu sempre levanto depois da mami!"
Ohu... Duas vezes maldito! O despertador estava adiantado! E acreditem, ainda estando pronta consegui enrolar o suficiente para me atrasar de verdade! Corri até o ponto e... Perdi o ônibus. Todo meu esforço não valeu. Queimei calorias, cansei as pernas, salivei como um cão raivoso. Tudo bem, poderia ser pior. A vida é bela!

segunda-feira, outubro 16, 2006

Pedacim pedacim...

Pedaço de mim (Chico Buarque)

Ó pedaço de mim, ó metade afastada de mim
Leva o teu olhar, que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar.

Ó pedaço de mim, ó metade exilada de mim
Leva os teus sinais, que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais.

Ó pedaço de mim, ó metade arrancada de mim
Leva o vulto teu, que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu.

Ó pedaço de mim, ó metade amputada de mim
Leva o que há de ti, que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada no membro que já perdi.

Ó pedaço de mim, ó metade adorada de mim
Lava os olhos meus, que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo a mortalha do amor, adeus.


"Cada um é pedaço d'um que foi d'outro. É gema na clara do ovo. É unha na carne do tolo. É mais um encontrar-se denovo..."

segunda-feira, outubro 09, 2006

Pouco tempo, muita idéia...

Tenho observado ultimamente o quanto tenho observado. São tantos olhares falados, gritados expressos, fugindo do silêncio cansado ferido. O mundo parece tão mudo e não.
Voltou a criança, chorou a partida, sorriu na lembrança.
O brinquedo da vida quebra, concertar dá não, junta peça mas... Dá não. Esquece não juízo tens razão, pensa que tem. As pessoas vão, voltam... Apenas deixa, precisam andar. Começar o início, saber o fim. Perdeu, ganhou...
Melhor ser alegre que ser triste. Há de ser. Vá e brinque...
"A vida é um jogo de perdas e ganhos, de risos e choros, contidos rabiscos da incerteza insana do que é a vida."