quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Na mata.

Ela corria para ele como se seguisse seus passos, pois ele não parava, 'ele nunca pára', pensava ela. Não se importava, sabia o que estava fazendo e para onde estavam indo, sabia que era importante e o ouvia dizer "apenas não se esqueça de quem você é - você sabe..."
Mas a caminhada parecia infinita, um piscar de olhos e sempre a mesma cena, ela correndo e ele indo embora, ela criança e ele 'pai', ela brincando e ele caçando... Ela também lhe dizia "nunca solte a minha mão"... E ele: "sempre vou estar aqui, mas não se esqueça"
Sua voz calma e autoritária ressoava entre as árvores de onde ouvia-se apenas o cantarolar dos pássaros e o suspiro do vento. O lugar onde ele estava agora era vazio, deixou sua força e sensatez nas folhas pra que ela soubesse que ele não foi embora.
Desde então, ao fechar os olhos seus outros sentidos se aguçavam e ela podia ouvir, podia sentir o Pai na natureza, a natureza nela mesma, aos sons do vento, do mar, das folhas estalando, os grilos, os pássaros, a eternidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os bichos falam, falam pela voz do espírito da natureza, e a menina corre, para os braços desse espírito em que ela já vive.

Grande beijo,
Paulo.