quarta-feira, novembro 25, 2009

FALA

Fala de mim que fosse de tudo
Um pouco de cada, um bastante de muito
O mudo sorriso apagado que falo
Fale de mim, do retrato
Me calo
Mas ainda calado o ar me acontece
Recai o vazio o encanto formado
A prece emudece a pressa chegada
Mas ainda que mudo, eu falo.
Fala de mim como fosse outro
Do abraço que abraço na calada vi gente
Não diga que fala, não diga que grita
Sou mudo não surdo, afasta
Não diga
O tempo cuida que eu seja eu
Que palavra não dita não é palavra negada
Mesmo que esse Eu não saiba o que ser
A fala me diz ainda que esteja calada.

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