quinta-feira, novembro 12, 2009

Nota: Numa noite em Canterville

Sexta-feira, 22 horas e 14 minutos, frio e neblina na cidade montanhosa de Canterville.

Existem montanhas neste lugar? Não sei, apenas achei que seria um bom nome, talvez Oscar Wilde tenha pensado algo parecido, talvez eu devesse pesquisar antes de usar... Enfim.

 
Louise está sentada em um balanço, não está sozinha, observe suas mãos suspensas... Espere, Louise está amarrada. Ela levanta o rosto, vira-se para o relógio, 22 e 16 min, "as horas aqui parecem se arrastar..."

Nota sobre Louise Parmor: formada em arquitetura, estudante de psicologia, 91 de quadril, 68 de cintura, 99 de busto, 58 kg de coxão duro, ruiva, 10 minutos de back history e 24 anos de idade.

Está escuro, já faz um tempo que Louise acordou. Apesar do frio, seu corpo transpira, por medo, por insegurança, por piedade. Tenta identificar o local, mas a escuridão é imensa e parece engolir cada curva de uma possível saída. Talvez seja um parque, uma praça, mas onde? Louise está em pânico. Não consegue gritar, seus braços doem, seu corpo trêmulo pede socorro, mas ninguém pode ouvir, ninguém vai ouvir, pois sua fala emudeceu, se entregou para o medo. Louise chora.
De repente um ruído e silêncio e susto.
De repente um estouro, um grito.
De repente outro grito, um gemido.
Louise está sangrando. Thomas acaba de chegar.

Nota sobre Thomas Philips: advogado, 1,82 de altura, louro, magro, viciado em chicletes de menta, alimentação a base de soja. Lê muito e é fissurado no jazz de Louis Armstrong. Comemora seus aniversários só desde o seu divórcio com Meg Philips. Faz 5 anos que ela morreu. Dica: nunca lhe ofereça alimento que contenha gordura-trans.

 Louise olha para Thomas enquanto ele guarda no bolso um pequeno revólver. Sua respiração torna-se mais ofegante a cada segundo, sua voz sai fina e quase inaudível para ela mesma, acabou. Não há saída. Thomas se aproxima e segura firme seus braços, Louise quase não os sente. Ele a observa, cuidadosamente, a toca, carinhosamente. As mãos de Thomas vão deslizando, caindo devagar pelo corpo de Louise, ela sente...

Espere.

 ...ela está com medo, não compreende. Thomas aperta seus braços contra seu rosto. As amarras não estão mais presas. Thomas quer acabar logo com isso, precisa terminar com o que começou. Tira do bolso de novo o revólver. Mira. Louise chora. Atira.

Paul está morto.

Nota sobre Paul Allison: Estudante de tecnologia e suporte digital avançado, 25 anos, ex-namorado de Louise Parmor. É programador e escreve contos policiais nas horas vagas.

Segunda nota sobre Thomas Philips: foi investigador no departamento de homicídios de Canterville até ser afastado do cargo e tornar-se advogado após o assassinato de Meg Philips, sua esposa. Após 5 anos de pesquisas, descobre pistas que condenam Paul Allison.

Segunda nota sobre Louise Parmor: Terminou seu relacionamento com Paul após desconfiar de sua genialidade. Pressionada por ele, se manteve calada até Thomas Philips lhe garantir segurança. Foi seqüestrada por Paul na mesma noite de seu encontro com Thomas, que a seguiu e garantiu sua segurança e justiça com a morte de Paul.


4 comentários:

Anônimo disse...

:) . Parabéns favinho, leva jeito pra coisa. Muito bacana

"Dlugosz"

Wacinom disse...

Adorei a proposta do seu blog.
Parabéns.
beijos

Fragmentos Betty Martins disse...

.__________querida Amanda





bom!________"o fantasma de Canterville______de Oscar Wilde conta-nos a história de um fantasma atormentado há mais de trezentos anos e que anda deambulando por aí______...




.pobrezinho! trezentos anos é muito ano!!!


__________...




agora a tua história - é outra!

______e gostei da maneira como abordas as personagens



.arranjaste um "bom.enredo"_____(não) fugindo à "maldição de canterville" mas de uma forma diferente a "maldição" está lá!



________agora não deves parar!!!



.porque o que fizeste - está muito bem feito




PARABÉNS!






_____________///











beijO______ternO
b.f.semana

Carol Mioni disse...

Nem pisquei antes do fim... muito bom =]