terça-feira, junho 24, 2008

2 aninhos!!!



Queridos leitores,

Tenho que registrar esse momento, mesmo que passado. Pois, no dia 22 desse mês, dois dias atrás, esse meu espaço fez aniversário! É muito bom poder compartilhar com todos os pensamentos que vagam e escorregam aos dedos... e também observar as outras estórias e histórias contadas nos espaços, até de pessoas que eu não conheço e acabo por conhecer no jeito, nas formas, nas entrelinhas. É através daqui, das letras e dos contos que nos conhecemos, criamos um mundo real, universo de fantasia e imaginação, e assim acabamos por nos conhecer, nós outros e nós mesmo.
Não posso dizer que é poesia, conto, crônica ou redação. É tudo junto, separado, contado, rascunhado, enfim. Hoje vim para contar ao blog e aos visitantes mais um conto de ano, que bom, que bom.

Só passei para dizer a todos os maluculados... Um muito Obrigada!
Porque loucura minha gente, loucura é não se deixar ser louco...
Ótima semana a todos!
Amanda.

quarta-feira, junho 18, 2008

Acontece.


"Se esta rua, se esta rua fosse minha

Eu mandava, eu mandava ladrilhar

Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes

Para o meu, para o meu amor passar..."




E passou, caminhou contente de sorriso aberto, bronco, rouco de gargalhada. Menina cantava, menino dançava, todos riam, brincavam, pulavam a amarelinha de giz azulado. Era uma só alegria, no asfalto, no dia do dia que foi, que não é ou será? Fosse minha...
Outro dia, brincou de ser quem não era, teve medo "suspeito esse sujeito", parecia muito com quem ele era, mas parecia. Mascarado de todos os jeitos, mão com luvas, corpo coberto, rosto pintado, olhar... Bem, o olhar... O olhar era o dele mesmo. Ladrilhar...
Lembrou-se da Ana quando ouviu a caixinha de música, lembrou-se do dia em a esquecera.
Esquecimento. Aquecimento. Apontamento. Ponto.
Passou, não aconteceu.
Acontece.

quarta-feira, junho 04, 2008

Monólogo em Tempo


Infelizes dos que crêem em mim. Acreditam ou tentam acreditar que comigo "tudo passa". Ah se eles soubessem, mas eles sabem, todos sabem, apenas insistem em acreditar. Insistência tola, mas compreensível. Afinal, é preciso crer! Seja no tempo, seja no mito, seja em si mesmo ou em qualquer outro motivo, mesmo que para isso motivo não haja. As pessoas teimam, é de sua natureza teimar. Mas será mesmo preciso? Elas teimam em precisar, necessitam, o tempo todo de um tempo, para tudo, mas para quê? Eu passo viu, e não volto não. Não é teimosia, é que a mim não me basta voltar, assim não teria razão meu existir. Mas eu volto, entenda o modo, porque voltar verbalmente nunca. Tem coisas que eu tempo não curo, se é que tempo cura alguma coisa.
Tem gente que passa a vida procurando algo, alguém, alguém de alguém... Tem gente que espera que esse algo, alguém ou não sei o quê simplesmente apareça... Mas tem um momento que essa gente se pergunta: "por quê?" "pra quê?" ou "pra quem?"... A vida é longa, as pessoas é que não sabem administrar cada uma, cada qual, o seu tempo. Sim, porque eu me fragmento, sou tantas coisas e ao mesmo tempo consigo ser nenhuma. Mas já me basta, parei por uns segundos, minutos, não sei mais eu, preciso correr, até o tempo tem mania de precisar, só aparências. Até mais ver Lembrança, passa em casa pra gente tomar um café mais tarde.

terça-feira, junho 03, 2008

Anonimato

- À quem escreves Eufredo?
- És de tua conta D. Benedita?
- És da conta de todos, queira saber!
- Pois bem, escrevo a alguém.
- Pois quem, hein?
- Alguém és teu nome. Alguém da Cunha Machado.
- Oras, não me venha com peripécias, sei muito bem à quem escreves.
- Então porque perguntas?
- Quero a confirmação.
- Mas se já tens tanta certeza.
- A confirmação.
- Então não há certeza alguma.
- Dê-me-a, ou me tiras do sério.
- Estás séria? Pois parece-me muito abatida. A senhora têm ido ao médico, não quero me intrometer, mas apenas acho que...
- Chega! Cala-te infeliz. Sei que escreves pra quêla bruaca da Rita Maria. Desse jeito comprometerá a todos nós. Dê-me a carta. Já.
- Como? Eu? Oras, e és de tua conta futriqueira. O que pretendes tu?
- Entregar-te ao Estado.
- A ele já pertenço.
- Não se faça de besta. És um tolo.
- Que seja.
- És louco? Nossas vidas estão em risco, e tu, comunica-se com aqueles...
- Loucura é não fazer nada diante de tanta injustiça, e saiba que, com ou sem isso, nossas vidas permanecem em risco, viver já é perigoso o bastante mesmo entre quatro paredes, e não há muros, paredes ou pontes que nos escondam. Somos livres D. Benedita, livres. Do próprio Deus o livre arbítrio dizemos ter. E que liberdade é essa, imposta e limitada, "escolha" deixou de existir há muito, somos obrigados a engolir sem vomitar, a sociedade és certa e errado quem vai contra ela, e todos se esquecem que o peixe também é responsável pelo curso do rio. Bem, "sejamos todos bons cidadãos". Oras, dê-me um motivo para não escrever, e eu o respeitarei se a mim, e a meus ideais, me convier.
- (...)