quarta-feira, agosto 19, 2009

Despiu-se à insanidade

No caminho que caminha ele segue inventando estradas, pontes, ruas, trilhas. Não se sabe do que sabe, se é sábio ou bicho do mato. Que caminho que caminhas senhor o teu retrato? Aquele que via na noite o dia, nada disse à respeito seu sujeito. Lembrou caminho onde encontrou os outros, famintos, acrescidos de pouca fé e muita crença. Quis despir-se da insanidade trajada de muro.
Um alto, duro, véu de tortura semelhante subiu-lhe as costas. Era o vento, soprando forte a embalar-te, como que tenda balançando no varal. Soprou tanto que desprendeu... Saiu voando a insana vontade. Deslizou e caiu sob a arvore da rua estreita. Era alta com galhos secos, e a única daquela rua. Que tormenta sentiu no vácuo. Era escuro pequeno e fraco. Arrepiou-se de nada adiantar, até o menino da calçada descalço que brincava vir correndo lhe salvar. Puxou que puxou, fez rasgo, doeu. Ele não sabia, não se meteu. Foi pra casa com o menino, serviu toalha do avô, do sobrinho. Foi posto à mesa na hora da janta e depois batido e esmurrado na beira do rio. Bateram-lhe tanto que velho ficou, foi servir ao rodo chefe do banheiro. Bom, alguma utilidade ele viveu. Muita!

Nenhum comentário: