sexta-feira, agosto 22, 2008

Coisas que faço.

Gente gente, de repente me bateu uma vontade de registrar tudo aqui no meu espaço. Registrar tudo como quando a gente tira uma foto bonita de um momento bonito que sempre será lembrado. Sim, essa é uma das coisas que sempre faço, registrar momentos. Como ainda não investi em uma câmera fotográfica invisto nas letras, que também é uma maneira bem gostosa de se fazer lembrar.
Outra coisa que faço é meter o olho no livro dos outros, acho que muita gente tem essa mania né, de querer ver o que as pessoas estão lendo.
Hum, mas o que gosto mesmo é de observar as pessoas e seus comportamentos, sou uma observadórica (tradução: pessoa com sérios problemas de admissão por parte de admitir que é bisbilhoteira e utiliza esse termo para amenizar a aproximação ao mal uso do olhar). Mas eu admito, adoro dar uma boa bisbilhotada. E eu vejo tantas coisas interessantes. Como esses dias no ônibus, tinha uma mulher sentada olhando as nuvens enquanto o ônibus chacoalhava, e ela estava sorrindo, assim, aquele sorriso bobo de quem está apaixonado.
Ah, tem um morador de rua perto do meu trabalho, sempre que o vejo ele está rodeado de madeira e pregos, construindo um violão. Passaram-se meses e eu sempre o via martelando, projetando, todo concentrado, e enfim o violão já estava pronto, faltavam só as cordas que ele ajeitava com alguns fios de arame. Mas nesses tempos que se passaram, eu o vi começando um novo violão. Fiquei intrigada, seria o mesmo ou outro? Bom, de todo modo, achei bonito todo aquele cuidado com o instrumento que tanto gosto.
Falando em moradores de rua, tenho boas histórias observatórias sobre eles. Tem uma imagem que nunca me esqueço, eu no ponto de ônibus e três pessoas a minha volta, um sujeito com jeito malandro de hip-hop curtindo um som, uma loura de vermelho passando seu batom com auxílio de um espelho de mão, uma senhora muito simpática cheia de compras e um morador de rua deitado na grama lendo jornal.
Eu poderia passar horas descrevendo coisas que aconteceram, mas não é bom me demorar, nesse escreve escreve já aconteceram mil e uma outras histórias. Vou ali observar.

Mais coisas que tenho feito.

4. Assistir e reassistir filmes.
Nos últimos tempos assisti alguns filmitos bem interessantes. No cinema "Do outro lado", que fala da capacidade que as pessoas tem de não se encontrarem por mais próximas que possam estar umas das outras. É, mais ou menos isso. Nesse eu chorei.
Um outro que eu assisti em casa foi "Na natureza selvagem", é um filme baseado na história do Christopher McCandless, que após concluir seus estudos abre mão de tudo o que tem e parte para uma aventura no Alasca. Esse me deu uma vontade incrível de viajar, colocar a mochila nas costas e ir pra algum lugar, qualquer lugar, desde que tenha natureza. Foi também o que me inspirou em uma das últimas postagens "Desacontecimentos".
Também assisti "Dogville", esse filme me deixou com raiva, muita raiva. Não porque eu não gostei, pelo contrário, adorei o filme. O cenário parece uma peça de teatro, as casas não tem paredes, só portas, e às vezes nem isso. A princípio tudo parece irreal, mas é engraçado como num cenário totalmente imaginário acontecem coisas que podemos julgar como realidade pura. A história se passa na década de 30, em plena depressão norte-americana, envolve a maldade e hipocrisia do ser humano, as máscaras que muitas vezes usamos perante a sociedade e para a sociedade. Mas é como Grace (personagem principal do filme) disse "o mundo será melhor sem dogville".
Não posso deixar de citar Piaf, o filme que conta a história da cantora francesa Edith Piaf. Disse "reassistir" porque apesar de ser a primeira vez que o assisti, repassei pelo menos cinco vezes algumas cenas. Lindo, lindo.
5. Observado a árvore da rua onde eu trabalho.
Ela fica bem de frente pra mim, da pra ver ela da sala onde eu fico. Na primavera ela estava florida, de flores amarelas. Estranho. Tenho a impressão que da outra vez eram flores roxas. Depois, no outono, as flores desapareceram e as folhas começaram a cair. Agora, no inverno, ela está nua com os galhos à mostra. É uma linda árvore. Posso ver os pássaros pousarem nela todos os dias.
6. Estudado os relacionamentos.
Pois é.
Na escola onde estudo, estamos selecionando alguns textos para a próxima montagem teatral. A princípio, pretendíamos montar uma peça inteira, um texto realista. Agora, depois de algumas seleções do Luís Fernando Veríssimo e do Gero Camilo, decidimos montar uma comédia com o tema "relacionamentos". Na verdade, primeiro definidos o tema e depois vieram os textos. Enfim. Posso dizer que nos próximos cinco meses os relacionamentos serão tema primordial na minha vida. E quem sabe eu continue meus estudos assim fundo fundo mesmo após a apresentação, porque quando se fala em relacionamentos, tudo pode acontecer.
7. Falado sobre mim.
Estranho.
Apesar que, quando a gente escreve, mesmo que seja história inventada com personagem criada e tudo e tal, tem coisa da gente, um pedacinho nosso que quem conhece não deixa de nos perceber.
Bom, quando eu precisar de um psicólogo vou mandar o endereço do meu blog para ele me ver.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Coisas que tenho feito.

1. Roer as unhas até não ter mais elas. Teoricamente isso teria um lado bom e um ruim. Até porque, de acordo com a teoria da polaridade, costuma-se dizer que tudo na vida tem um lado positivo e um negativo que, por sinal, é relativo, como prenuncia a própria teoria da relatividade. Enfim. O bom é que meu violão agradece, meus dedos apertam-se melhor às cordas, e o alicate de cortar unhas também, descansa lá em algum lugar sem eu precisar procurá-lo. Mas ainda assim, acho que a quantidade de bactérias misturando-se com a minha saliva é mais prejudicial, e nojento. Colocando na balança, melhor não roer unhas!
2. Comido muito chocolate! Ah, sobre isso tenho comentários a fazer.
Certa vez, conheci duas moças no banheiro de um bar, duas gaúchas. Enquanto eu aliviava minha bexiga elas discutiam seriamente um assunto que parecia mesmo ser muito importante. Eu abri a porta e fui lavar as mãos, quando ia finalmente sair, elas me interrogaram: "Sexo ou chocolate?" Eu fiz que não entendi. "Anda, responde". Eu respondi: "Os dois". E elas: "Tem que ser um. Escolha". Oras, porque não os dois? Pensei comigo. Enfim, elas pareciam mesmo muito precisadas da resposta. Então eu disse: "Sexo". Oh god, porquê eu estava naquele bar, naquele banheiro, naquele momento? É, isso explica a teoria do acaso, ou talvez se aproxime mais à teoria da conspiração, ou quem sabe a do caos e a de que TPM existe. Enfim. Mas não foi tão ruim, pelo contrário, foi uma experiência única, discutir sexo e chocolate com pessoas desconhecidas (e inconformadas) no banheiro de um bar. Digo inconformadas porque elas não se conformaram com a minha resposta. Vou explicar mais a fundo, o caso é delicado. As moças estavam acompanhadas de dois rapazes paulistanos, que no decorrer de uma conversa informal (do ponto de vista delas) fizeram a mesma pergunta a elas. E... Eles ficaram inconformados com o fato de elas preferirem chocolate. Sim, sim, é um caso de inconformabilidades. Foi então que, apavoradas e precisando de uma conversa íntima entre mulheres e talvez a opinião de uma terceira, elas resolveram ir ao banheiro discutir a fundo o assunto. E lá aguardaram até a água ir abaixo. O motivo da desaprovação por minha resposta foi o seguinte: "Sexo é bom, mas te deixa triste porque no dia seguinte o cara não liga pra você. Chocolate é melhor, porque você come quando quiser, e não tem que esperar ligação nenhuma." Aí, (des)enrolou-se todo um enrolar-se: "pense assim, existem teorias de que chocolate estraga a pele, pode provocar espinhas, o sexo rejuvenesce", "sim, mas por outro lado, chocolate libera substâncias que auxiliam na produção de endorfina, o que te deixa relativamente mais feliz, já o sexo, é bom naquele momento, no dia seguinte, deprimi", "sim, quer dizer, depende. Mas o chocolate pode engordar, sexo faz bem ao corpo", "deveria também fazer bem ao espírito"... E blah blah blah... Acreditem. Eu fiquei alguns minutos naquele banheiro. Acreditem.
3. Contado muitas histórias.
Sim sim, como esta que acabei de contar, mas, como tomou-me um bocado do tempo, preciso parar por um momento. Rimou.
Tem mil e outras coisas que eu tenho feito. Inclusive não ter tempo. Mas, para pelo menos dar o ar da graça, aqui venho. Aqui escrevo. Para pelo menos dar o ar da graça.
Bom restim de semana a todos!

Desacontecimentos

É engraçado como as coisas acontecem e desacontecem. Num instante tudo parece exato, logo mais o vento sopra para outros lados e a caminhada começa a tomar outros rumos, outras curvas. Pois é assim na má temática da vida, as coisas não costumam ser exatas, e ainda assim não deixam de ser matemática contada.
Outro dia eu percorria caminhos altos, subi montanhas e vi lindas paisagens, tentei alcançar a plenitude na tranqüila idade dos bem aventurados, mas o tempo fechou lá em cima e eu tive que procurar abrigo, tive que voltar a vida normal, ao tempo real. Não demorou muito pra perceber que não adiantaria fazer o mesmo caminho, que como os pedaços de pão de João e Maria, a natureza se encarregou de ir buscar. A chuva já me lavara, batia-me na cara, forte e com trovões ameaçadores. Tive medo. Muito medo. Tropecei em pedras, escorreguei lá de cima. A queda ia ser feia, ia ser. Mas antes que tivesse sido me lembrei de uma coisa. E embora encharcada, agora não só de água-chuva mas também de água-lágrima, me segurei na pedra, naquela que eu tinha escorregado. Segurei firme, pensando em tudo o que eu estava deixando para trás. Pensando em tudo o que eu amava ou que ainda não conhecia. Me lembrei de que não estava sozinha, nunca estive. E do quanto tudo é tão precioso na minha vida. Subi sorrindo. Sapateando. Subi contente. A chuva batia, mas era pra me lavar de toda sujeira daquela aventura. E quanto as pedras no meu caminho, é como diz o Pessoa "Guardo todas, um dia vou construir um castelo" porque felicidade é bôa, e melhor ainda quando compartilhada.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Amor

Ilusão. Seco. Desejo. Afastamento. Concreto. Saudade. Separação. Companhia. Medo. Tranqüilidade. Interesse. Sentimento. Claustrofobia. Sangue. Ciúme. Fome. Dor de barriga. Sinceridade. Hipocrisia. Falsidade. Conseqüência. Dia das mães. Consciência. Sonho. Dor. Mousse de Maracujá. Eu. Mulher. Verdade. Chocolate. Sexo. Sensação. Apaixonar-se. Solidão. Sede. Vinho. Noite. Vontade. Felicidade. Maldade. Coração. Tortura. Cores. Força. Vermelho. Amigo. Comida. Ânsia. Preguiça. Camisola. Lágrima. Paz. Emoção. Infinito. Mar. Confusão. Ruína. Corpo. Palavra. Leite condensado. Música. Homem. Amargo. Teatro. Poesia. Filhos. Dificuldade. Pedra. Perda. Escolha. Acreditar. Acreditava...

quarta-feira, agosto 06, 2008

Lembrança...


Entre os vestígios de sua imagem, ela dança o compasso dos desejos lançados ao vento... Aqueles, tantas vezes ensaiados na esperança da realização. Sem saber os segredos velados, flutua em suas vertigens, desmaia no vácuo do arrepender-se, do limitar-se. Improvisa um sorriso falado entregue ao mundo.
Para ela... nada além dos aplausos suntuosos da platéia ausente. Quando vagarosamente as cortinas se fecham, tudo tem de recomeçar... Fim do espetáculo! Fim do sonho! Até porque...

Toda história tem um fim, mas na vida...
cada fim é um começo.

terça-feira, agosto 05, 2008

Non, rien de rien



Não. Foi a última coisa que ela disse, e nada mais precisaria dizer para me fazer acreditar se um dia iria... Ninguém compreende, tão pouco ela, o porquê da repentina mudança de opinião. O porquê de querer, poder e não ter. Mas é entender de verbo passado, isso era ontem, "não" foi a última coisa que disse.
Se despediu e foi embora, não me disse se voltaria para ficar ou ao menos me fazer visitas, não me disse o que queria e nem para onde ia. Tentei entender o que ela queria, tentei fazer-lhe o gosto, tratei-a bem, confesso, tudo para arrancar-lhe o motivo. Não. Foi a última coisa que disse.
Ainda ontem me lembrei dela. Quando vi os teus olhos no espelho entendi tudo, ela nunca mais voltaria. Senti o gosto azedo da realidade, refluxo de ausência indeterminada, ela, pedaço meu, ausência minha... Para que voltar se nunca foi... Não. Ela me disse, foi a última coisa que ela disse, ainda ontem me lembrei dela... Ainda agora isso é passado... Je me fout du passe...

Não. EU disse.

sexta-feira, agosto 01, 2008

NaDa

Sem diálogos.
Sem rimas.
Sem espanto.
Sem bagunça.
Sem amor.
Sem dor.
Sem alegria.
Sem doces.
Sem agonia.
Mas estou com agonia.
Agoniada.
Não quero rima.
Isso não é NaDa.

...

Não ia dizer, não ia escrever, ia pensar, segurar aqui, bem dentro de mim, mas não quero nada, nada só meu, também não quero nada, que não seja só meu. Sim, não sei, talvez, quem sabe, tanto faz, agora, nunca mais, eu vou, eu já fiz, eu fiquei, eu comi, eu não fui, mas eu quis, você foi, eu não disse, cresci, aumentei, escrevi nada, nada com nada, nada de nada, o que tem o nada? To louca, to doida, sou assim, ia pensar, não ia escrever, mas disse, já foi, ta dito, escrito, terminado, amanhã eu me calo, ou não, eu corro, e não é, não foi, tudo bem, não queria, eu quis, conjuguei, mas NaDa.