Debates filosóficos sobre a risada das focas, histórias da pulga e sua forte resistência ao dominar o sono, palavras de Caeiro, sobre enxergar nas cousas a diferença daquilo que havia sido antes. Porque o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes eu tinha visto. E entre tanto, a discussão da felicidade, das correntes que nos prendem ao mundo capitalista e infame, da (in)segurança constante nos homens que não saberiam sem ela viver, e falar disso como pássaros, cantando felizes em suas gaiolas, ah, pobres pássaros! Que não conhecem da felicidade o tamanho céu que lá fora espera, com suas garras sim, seus predadores e medo, mas com toda a liberdade impagável. E ainda os amores mal compreendidos, inseguros deles próprios. A escassez de coragem, do salto ou mergulho dos corações solitários, que vivem o martírio de um relacionamento sem troca, alheio do sentimento verdadeiro, da comunhão entre ambos, ligados apenas pela aceitação um do outro.
"Amar não é aceitar tudo. Aliás, onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor." (Maiakovsk)
E hoje eu entendo o verdadeiro valor da troca.