sexta-feira, março 20, 2009

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Ontem eu tentei ver nas nuvens formas conhecidas como costumo achar, mas vi apenas, formas de nuvens a desfazer-se com o vento. Já era noite e a lua não clareava a abóbada celestial. Meus pés cansados, meu sono inútil e a Brigite que começa a apertar-me as entranhas, já me faziam ânsia da ausência da casa minha. E na minha companhia, um amigo para acalmar os males anímicos e contar os defeitos do mundo na constante preguiça alheia.
Debates filosóficos sobre a risada das focas, histórias da pulga e sua forte resistência ao dominar o sono, palavras de Caeiro, sobre enxergar nas cousas a diferença daquilo que havia sido antes. Porque o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes eu tinha visto. E entre tanto, a discussão da felicidade, das correntes que nos prendem ao mundo capitalista e infame, da (in)segurança constante nos homens que não saberiam sem ela viver, e falar disso como pássaros, cantando felizes em suas gaiolas, ah, pobres pássaros! Que não conhecem da felicidade o tamanho céu que lá fora espera, com suas garras sim, seus predadores e medo, mas com toda a liberdade impagável. E ainda os amores mal compreendidos, inseguros deles próprios. A escassez de coragem, do salto ou mergulho dos corações solitários, que vivem o martírio de um relacionamento sem troca, alheio do sentimento verdadeiro, da comunhão entre ambos, ligados apenas pela aceitação um do outro.

"Amar não é aceitar tudo. Aliás, onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor." (Maiakovsk)

E hoje eu entendo o verdadeiro valor da troca.

2 comentários:

Patrícia disse...

A felicidade é das coisas mais bonitas mas também das mais complicadas de entender. É bom quando entendemos realmente o seu verdadeiro significado.

Beijinhos=)
Patrícia

Paulo Vilmar disse...

Anita!
O sentimento é imensamente maior que a forma que buscamos descrever... Belo texto...
Beijos!